quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

:: dos amores sem explicação

*
*
pensou que fosse só mais um lance. um relance. um olhar.
que nada!
não tirou ele da cabeça por dias a fio.
_não tem jeito, amor à primeira vista acontece.

não conseguia mais dormir. passava as noites pensando nele.
o queria. e queria muito.

resolveu investir na relação.

foi atrás.
subiu ruas, desceu ruas. caminhou na chuva.
perguntou aos transeuntes
informações sobre seu paradeiro.

não conseguia achá-lo.
mais uma noite em claro. mais um dia pensado só nele.

não desistiu. qualquer coisa valeria a pena por ele.
...
_consegui!!!

...

ela encontrou seu amor.
assim do nada. em uma rua qualquer, em um dia qualquer.

investiu e conseguiu.

sabia que o amaria até o fim. sabia que ele seria só dela e de mais ninguém.
sabia que a relação iria durar. tinha certeza.

com ele
se reencontrou
se reinventou
recomeçou

com ele era poderosa. sentia-se bem.

e ele...

um sapato lindo, lindo.
muito lindo
.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Aquele sentimento de "Já vi esse filme..."

Ele veio... de olhos secos e rosados de lágrimas contidas... porque homem não chora.
Firme, imponente, elegante...
Tão dono de si que a voz sequer embargava.
Doeu em mim... Pensar no esforço que fazia para conter o sofrimento... a cruz que se carrega por não poder chorar....

- Ela disse que precisava de um tempo...
- Estou em choque...
- Imagine eu...

Tive vontade de dizer, com meu humor ácido "Pegue seu peru e enfie em todos os buracos que você não enfiou nos últimos dez anos, vamos encher a cara, vamos beber da fonte da vida, vamos rir da velhice e dos boçais, vamos, vamos... não se permita ficar na fossa!"... mas não consegui... Em vez disso ficou um silêncio respeitoso... um luto...

- Vocês brigavam?
- Não...

Talvez esse fosse um dos problemas...

Meu primeiro sentimento foi "Essa filha de uma puta está machucando os sentimentos do meu brother...." mas então comecei a sentir a dor dela... Imaginei seus momentos de vazio calado e fiquei me perguntando em que momento o brilho se fora... quem deixou o samba morrer?

- Mandei uma mensagem pra ela...
- Por que?
- Não pode terminar assim... Precisamos conversar...
- E?
- Ela não respondeu...

Senti sua dor... sua esperança perdida...

Vi através de seus olhos o que vira antes, quando senti na pele a mesma dor...
Não se sabe se quer o que comer...

- Viu...
- O que?
- Minha senha do Itunes ainda é a data em que conheci meu ex... várias outras também... Com o tempo elas passam a ser só números... Só que vai demorar...
- Ah meu... vai se foder!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

LOUtopia > Remontagem

Lou não nadou... Vestiu seu maiô e touca e entrou debaixo do chuveiro cuja água quente lhe fazia tremer.
Dormiu bem aquela noite!
Chorou seu vazio por 24 horas e percebeu-se a única responsável por ele.
Partira seus porquês em lasquinhas de pão que deixara pelo caminho e cuja trilha de volta... sabemos o fim!

Caminhou.
Caminhou muito!
Experimentou vermes do submundo - e gostou!.
Experimentou os melhores vinhos - e gostou!

Richard então veio a ela, com Polyana ao lado e disse:
- Eu vim para me certificar de que você está bem! Por favor, diga que sim!

Sorriu "um amigo... é o que temos para hoje".

Pollyana também a abraçou, e então ela pensou "ela está no lugar certo! São tão lindos juntos com seus porquês bem respondidos! Eu jamais seria ela, e se fosse, talvez não desempenhasse o papel tão bem!".

Lou então viajou o mundo em 80 dias e experimentou sentir-se pequena e grande ao mesmo tempo! E gostou!

Horácio fez com Layla a viagem que planejara com Lou.

- Doeu - mas comparada a outras dores, nem tanto.- pensou Lou em voz alta.
E por um instante pensou que fosse para machucar mesmo!

"se não machucar não tem graça! E esta será minha última dor!"

Layla o quis muito... Cercou-o como pôde, sem sucesso!
"Deve ter doído!" - Pensou Lou

Então lembrou-se "éramos tão lindos juntos com nossos porquês asfixiados que ela jamais seria eu... e se fosse, talvez não desempenhasse o papel tão bem!"

De repente, Lou sentiu-se uma intrusa na história de Layla.
Layla queria estar no lugar de Lou tanto quanto Lou queria estar no Lugar de Polyana. Ambas queriam ser amadas pelo homem amado mas apenas Polly o era... Sortuda! Não fez nada... não precisou lutar...

Por um instante a odeia "se não fosse Pollyana existir, talvez eu tivesse uma chance de ter escrito uma história diferente! Talvez até Layla... Richard talvez não..."

Já não consegue cultivar o ódio... "Ele deseja estar com ela... Sorri por ela... Por razões evidentes! Aquilo é felicidade pura! Pollyana, como no filme!"

Suspira...

- Nunca deixei de amá-lo. Talvez nunca deixe. E amo Poly porque ela te faz feliz!

Lou? Seu fim?

Ela nunca terá fim! Caminha pelo mundo plantando dúvidas e colhendo sorrisos!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

LOUtopia > Caos

Horácio tivera um affair, que por alguma razão tornara-se grande desafeto de Lou: Layla.

Layla nada fizera para provocar tanto ódio e Lou sabia-o irracional, já que Horácio lhe jurara eterno amor inúmeras vezes.
Tinha todos os motivos para sentir-se segura...

Mas o que a incomodava era o que havia dentro de Layla.

Como era possível?

- Se acaso um dia nos separarmos, ela virá te consolar em menos de 48 horas - Conhecia o roteiro. Sabia, dentro de si que faria o mesmo por Richard, com um resquício de esperança a cada fim de relacionamento dele. Fizera isso por anos a fio, até que ele conhecera Pollyana e então fizera-se a certeza de que a situação não mais se repetiria.
- Você é louca. Somos amigos.
"Richard e eu também... sei o que ela sente."

Eventualmente Lou acordava de seu coma, tinha surtos, tinha sonhos, queria desistir de tudo mas tinha medo.
Seus surtos eram insensatos, bem como seus sonhos...
Seus medos eram infundados (aparentemente o eram)...
Seu tudo era...
O que?

De repente cessou a necessidade de porquês... Ela queria "oquês".

O que estou fazendo comigo?
O que quero?
Contra o que estou lutando?

Percebeu que nada fazia sentido...
Perdera seus porquês e os dele nunca tivera...
Já não tinha seus "oquês"

Fez uma mala com um maiô, um cadeado, óculos e uma touca de natação...

Abandonou a TV, o porta-temperos, a parede vermelha e os pôsteres da parede...
Deixou o reboco da sala por fazer... #partiu.

>>> Continua ...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

LOUtopia > Vazio


Lou nunca quisera ser mãe e casara-se com Horácio, que detestava crianças!
Foi mãe de Horácio pelo tempo que durou a relação.
Além de duas mãos esquerdas, Horácio tinha um problema no coração: não tinha respostas, não sabia dizer os porquês que conduziam sua vida sentimental. Dizia "Lou, eu amo você!" mas não sabia dizer o porquê.

Ela precisava de porquês... suplicava, sem sucesso!

Horácio tivera alguns romances, Lou... um namorado por carta, um vizinho boçal e o presidente do grêmio da escola, que a escondia dos outros.

- Por que seus romances acabaram?
- Porque sim.
- Preciso de um porquê!
- Porque relacionamentos acabam.
- Nós vamos acabar também?
- Não.
- Porque? Se relacionamentos acabam...
- Porque eu te amo.
- Você as amava?
- Não.
- Por que durou?
- ...

Sempre terminava no nada. Engolia qualquer resposta furada... Pra não brigar... pra não chorar...

Estava tão ávida pelos porquês de Horácio que esqueceu de buscar os seus e entrou em coma.

>> Continua ...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

LOUtopia > Começo

Aos 17 anos, Lou amou Richard.
Nessa idade ama-se e desama-se facilmente.
Amou seu sorriso fácil e largo, seus ombros e a forma como precisava inclinar a cabeça para lhe olhar nos olhos.
Amou a forma como, inacreditavelmente tudo se desenrolara a seu favor até ver-se comento pizza com sua família em poucos dias.
Richard sumiu.
Como somem os caras... Sumiu!
Lou não entendia como algo que se encaixava tão bem poderia simplesmente quebrar. Quebrar-se.
Richard simplesmente interrompera o ciclo.
Num breve contato conseguido às duras penas, Lou pede:
- Magoe-me, por favor! Nunca vou te esquecer se você não me forçar a isso... Por favor, uma dor maior...
Macho covarde, deu mil explicações e pediu um milhão de desculpas "mas é isso, não estou num bom momento..." e o silêncio imperou!
O tempo passou e jogou areia sobre aquele amorzinho adolescente.
Lou entrou na faculdade, conheceu um rapaz, namorou um mês, foi trocada, conheceu outro e largou... e dedicou-se a criar uma relação consigo mesma... a tentar entender sua sede de razões.
Quando o sorriso largo de Richard aparecia de repente em seus devaneios, aos 20 pensava "sou madura agora! Devo esquecer essas coisas de adolescente! Ele deve ter uma namorada...".
E o acaso a fez saber que sim, ele tinha... E era uma boçal que falava tudo no diminutivo!
- Será que sou tão mais boçal que isso? O que há de errado comigo?

Quinze anos depois veio a saber: era feia e seu beijo levara nota 5 numa escala de zero a dez! Mas na hora H era 8 com louvor! "O.k. 8 é uma boa média!"

Lou e Richard tornaram-se grandes amigos!

Importam-se um com o outro de vez em quando.

>> Continua...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

:: cardápio

come aqui come ali.
_e essa fome que não passa!
"pratos dela temperos dela"

maçãs do rosto
costelas com creme de baunilha
cabelos (cheiro de morango)

boca na boca,
gosto de quero mais
às vezes menta, às vezes hortelã

_e essa fome que não passa!

O Olhar

Não era exatamente bonito.

Na verdade... não,
definitivamente não era bonito!
Chamou seu nome no diminutivo
e ela riu!
"Bobo!"
Conexão!

As regras são assim:
sinais bem ou mal elaborados...
Desejo, enfim!
Passos conhecidos... previsíveis!

Mas ele nem era exatamente bonito.

Instante!
Olhos que se cruzam de extremos opostos e
quatro pés que descem o mesmo lance de escada com... segundos de distância

Distância que some em 180 graus!
Funde...

A porta preta bate
atrás do beijo,
atrás das costas.

"Tá me olhando mijar?"
Ela ri:
"Sua calvície parece um quipá!"

Não era bonito...
Mas tinha um quê
Que quis...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

:: microconto quase sentimental



_só uma rapidinha
_mas com beijo na boca "tá"
_selinho serve?
:
:
:

.

:: microconto físico

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\/
\/
_bate, bate
_coração?
_não!
.
bate, bate
.

Canção pra mim...

Quando me envolvi com a música eu tinha um namorado, e apaixonada, escrevi a letra para uma melodia que meu mestre compusera!
Anos depois encontro o rascunho jogado num canto mofado entre caixas e bagulhos intocados após o fim da relação...
Nunca imaginei que reler aquilo, que na época eu via como uma declaração de amor, fosse dizer tanto sobre auto-mutilação, anulação e... Era eu, dizendo pra mim mesma que aquilo não ia dar certo...

Também nunca cantei pra ele

Acho que vale compartilhar!
Mas cantar... Essa canção eu não pretendo mais cantar...
E uma história assim eu também prefiro não mais ter que contar!

Louco
P. Casco / A. Appel

Aprendi a entender bem mais de política e futebol
Pra poder ser mais você
E a ouvir chico e falar menos palavrão
Pra poder te agradar

Mas tropecei no meio do passeio público
E marquei falta em sua área feito um juiz ladrão

E você? O que fez?
Pra merecer um amor assim tão torto
E louco?

Tão errado e tão perfeito
Feito
Meu rock'n roll
E sua MPB

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Expectativa

Um carinho que pede um retorno
Não dado
Um presente que pede um espaço
Sorriso
Um abraço que pede um abraço
ok...

Mas só...

Lacuna, eu sei...
Desconforto sim!
Só que não...
Perdão...

Ele tenta, enquanto ela flerta com a fumaça densa
E volta a tentar enquanto dança
No sereno...
No adeus...

Abraço?
...ok..
Beijo?
- Não... -  - Perdão!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Paixão Wireless

"A paixão é num instante
Quando vê ela sumiu
Eu te amo, tu me enganas
É primeiro de abril"
Luiz Melodia

Vivo batendo na mesma tecla pra não misturarmos paixão com amor!
Quer dizer, pode até misturar, mas sem esquecer que são elementos independentes!

Costumo dizer que a paixão sobrevive sem o amor, mas o amor não sobrevive sem a paixão!
Isso, claro, excluindo amores incondicionais, tipo mãe, pai, irmão, o escambau... também é coisa que a gente não escolhe, né?

Adoro o comecinho desta música porque é exatamente assim que vejo a paixão: uma fagulha!
Uma fagulha que pode desaparecer ou pode virar uma chama, uma labareda, uma fogueira, um incêndio que mesmo depois de apagado ainda fica com uma brasa encoberta que pode reacender a chama, e por aí vai...

Você pode mentir amor e  enganar, sendo gentil e cordial, fazendo surpresas, satisfazendo desejos, sorrindo...

Mas a paixão não se pode mentir.

Brinco dizendo que há zilhares de sinais de paixão no ar e que nós somos receptores... Estamos com o dispositivo ligado o tempo todo!

Às vezes o sinal é forte e cria uma conexão que perdura!

Outras vezes você se apaixona por um gesto gentil ou um carinho a mais e depois a conexão se encerra.

E se a conexão se encerrou, você vai fazer o que?
Ficar dando F5 sem sucesso?
Por quanto tempo?

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Encontros...

Clichê dizer "Preciso me encontrar..."
Mas em algum momento na vida das pessoas nada pode ser tão verdadeiro...
A gente para e se pergunta "Por que?"...
Por que as coisas transcorreram de forma tão diferente do que eu planejei?
Por que eu tenho tudo e às vezes sinto como se não tivesse nada?
Por que ele / ela não gosta de mim como eu gostaria que fosse?

Alguns se apegam na crença de que "nada é por acaso" e esse mantra acaba servindo de alento para as frustrações que a vida nos impõe...
Mas e se pensássemos que somos meros joguetes do acaso?
E que ele não existe nem para o nosso bem, nem para o nosso mal?

Eu não escolhi: foi por um mero acaso que eu não me apaixonei por você.
Seria perfeito: você é apaixonantemente gentil, bonito, divertido...
Seria perfeito... talvez perfeito demais!
Talvez formássemos o casal margarina! E parecêssemos felizes sendo prestativos um com o outro até que... por acaso num dado momento começássemos a nos questionar "É isso que eu quero?"

Pensar que tudo é um grande acaso e que a vida é aleatoriedade às vezes pode camuflar nossa vontade de saber o futuro, de planejar o que está fora do nosso controle...

Encontrar-se em meio ao caos da existência definitivamente não deve ser uma tarefa fácil. Costumo pensar isso como estar num mar revolto e teimar em ir para a direção que se quer quando o que se deve fazer é ir a favor da corrente... às vezes penso também na brincadeira de carrinho de rolimã ladeira abaixo: você controla até certo ponto, mas colocar o pé no chão estraga a brincadeira: tira toda a emoção...

Quem vive sem emoção?
Sobrevive-se eu digo

"Ah, mas você  sempre diz que sentimentos são altamente administráveis!"

Sim, sempre vamos sentir. Sempre seremos assaltados por algum tipo de emoção diferente, um tesão mais forte, uma paixão fulminante! Estamos sujeitos todos os dias! E é um grande barato!
Sem perder a razão, a gente consegue curtir esse barato até a última gota!
Sim! Um olhar racional sobre o todo sempre nos diz pra onde ir. Sabemos! Claro que sabemos!

Nosso funcionamento mental, sentimental, costumo dizer que tem uma lógica binária... funciona com sims e nãos...
Se há qualquer tipo de dúvida com relação ao que você sente, é porque é não! Olhe pra dentro de você!

E esteja preparado (a) pra machucar ou frustrar alguém! Administrar nossos sims e nãos definitivamente não é uma tarefa fácil, mas foi a maneira que encontrei de achar meu norte em meio ao caos da existência!

Isso pode servir para alguém... ou não... o acaso dirá

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E de repente você sente

Você se apaixona, se relaciona, se machuca...
No desdobramento da vida a dois de repente você assume a culpa por
todos os desmoronamentos... Se alimenta de insegurança... sofre...
Percebe, de repente que é tudo muito irracional. Finge pra você que
não tem nada a ver, que é coisa da sua cabeça... tenta conversar, sem
sucesso... Não faz sentido! Então abstrai... Já que não faz sentido,
finge que não te machuca e sorri. Você cobra um “quê” que já não
brilha... e esconde que dentro de você este “quê” também já não existe
mais.
E o gato subiu no telhado. Dali pra frente é ladeira abaixo! E você vê
cada lasca que cai do castelinho que você construiu com tanto
esmero... Sabe... no fundo sabe o desfecho, mas insiste em lutar... E
a luta sempre machuca demais os dois lados... mas é assim que você
aprendeu. É assim nas novelas: o amor vence tudo... só não vence o
fim. E o que é o amor senão algo que, já dizia o poeta, a gente
inventa? 
Sabe, dentro de você que já não sente mais... aquilo! Amor,
ou seja o que for...
E então a palavra sai. É decretado o fim. Lágrimas inexplicáveis e
incontroláveis.
Lágrimas completamente sem sentido... Sem sentido sim: porque se está
fazendo um bem para ambas as partes, então por que chorar? Sabe disso,
não sabe? Mesmo assim chora!
Você já sentia bem antes que não era isso, não sentia? Mas não teve
coragem de cortar as amarras... Talvez porque tenhamos sido criados
sob uma filosofia “continuista”... Fomos programados para consertar as
coisas e seguir em frente...
E os dias seguintes parecem um breu! Não se tem planos, não se vê
caminho, não se vê futuro... Até que num dado momento você percebe que
está sorrindo quase que de verdade... está mexendo um dedo a mais...
E o cotidiano se reconstrói de uma forma diferente. Sim, é tudo muito
estranho. É tudo muito cheio de lacunas, mas a coisa anda!
E daí você resolve que vai se dar uma chance, que vai se divertir, mas
não quer se envolver!
E num primeiro beijo em lábios estranhos você descobre a beleza do
beijar! “Uhúúú!!! Beijar é bom demais!!!”... Um tocar mágico de lábios
desconhecidos que te desperta um tremor que há muito não sentia! E se
sente o supra sumo do momento dando as costas sem trocar telefone ou
perguntar algo sobre a outra pessoa! Pensa “Deixei uma lembrança
encantadora!”.
Mergulha na superficialidade porque te dá segurança e repele qualquer
tipo de envolvimento com medo de se machucar!
Depois enjoa... E numa dessas idas e vindas de “abusar” dos outros, um
certo olhar te corta ao meio como um sabre de luz! E... ora, vejam, um
sorriso! "Um sorriso... mas que... estaria tentando me dizer algo?" E
você lamenta por não estar só naquele momento!
Até que no melhor estilo canalha, você faz com que seus contatos
cheguem àquele destino!
E chega no dia seguinte uma mensagem sem jeito e fora de contexto,
dizendo “nos vimos brevemente enquanto você ia embora... gostaria de
tomar um café qualquer hora dessas?”
E o café é marcado para o dia seguinte, o beijo é roubado em menos de
trinta minutos e de repente você sente... sente vontade de mergulhar
mais vezes naquele abraço... sente medo... sente vontade de sair
correndo... sente vontade de ficar o resto da noite... sente que
aquele silêncio está tão gostoso... E o silêncio é rompido pela frase
“Gosto de você” sussurrada ao pé do ouvido!
E você já não sabe o que sente!