quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

:: a trilha

No monte me perdi.
Era um aventureiro. Um explorador.
Percorri toda a trilha com sorrisos.
Maçãs do topo. Mordidas nos sorrisos.
O penhasco entre os seios.
Com a língua de fora, desci as curvas com penugem rala.
Bebi do orvalho que havia pelo caminho para amenizar a sede.
Ao sul demais vi pontas vermelhas. Estrelas cor de rubi.
Toquei-as para estar perto do céu.
Do nada, volto ao norte. Bebo da garoa de seus lábios.
Mordo mais um pouco as maçãs rubras, estou com fome.
Na viagem atemporal conduzida pelo desejo vou ao monte sem perceber.
Me perco.
Por instantes me perco.
Até que avisto a entrada.
Iluminada pela humidade. No calor que passava, com o fogo em minhas entranhas, preciso daquele líquido.
Atravesso.
Entro com cuidado.
O calor é forte.
Encontro conforto em meio aos fluidos.
Fico, fico, fico.
Me perco. Me encontro.
E ao final. Descanso no crepúsculo. Repouso nos montes ao norte.
E adormeço neles. Com a paz que a caverna me trouxe. Com a paz que a trilha me deu.

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