quinta-feira, 25 de julho de 2013

:: e nunca irão acertar

queria se convencer que aquela história havia sido
fruto de sua imaginação
mas não conseguia tirar da cabeça a música do relógio

estava viciada no tempo
e relembrava a todo instante o dia em que sua pele esverdeou


olhos assustados
em sua direção
dedos apontados

sussurros infindáveis

de tanto TANTO
ser observada,
apontada pela pele verde

correu
fugiu
.
.
.
durante muito tempo,
na praça central,
houve rumores de sua partida
especulações sobre seu sumiço
sobre sua pele

diziam que era "muito cigarro"
"muita cerveja"
"muita tristeza"

diziam até
"muitos sorrisos de graça"

nunca souberam que
o verde,
a fuga

era tudo
sobre narinas

sobre este maldito perfume
maldito perfume seu.





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