sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

:: perdido na noite

Há tempos não ouve o ruído das estrelas.
Conta as batidas do coração no marasmo das horas no sofá.
Já não tem números nas mãos, perdeu as contas.

Na desordem da cozinha, não encontrava o pão de forma vencido ou os pacotes de miojo.
Contentou-se com leite da geladeira e o achocolatado do armário.

Vai para o quarto.

Olha pela janela com a caneca quente entre as mãos.
Chega até o outro lado do horizonte sem se dar conta da viagem. Do caminho.
Já que chegou, uiva para a lua.
Ela nem está cheia mas o peito transbordando toma a iniciativa.

No uivo, não perde o volume de emoções há tempos acumulado.
Volta para a sala.
Perde-se no ninho, no canto de um cômodo que sempre foi alegria.

Tem algo na TV. Tem algo entre os dedos. Tem algo no copo.

Tem tudo no peito.
E quase nada sai da cabeça.

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