sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E de repente você sente

Você se apaixona, se relaciona, se machuca...
No desdobramento da vida a dois de repente você assume a culpa por
todos os desmoronamentos... Se alimenta de insegurança... sofre...
Percebe, de repente que é tudo muito irracional. Finge pra você que
não tem nada a ver, que é coisa da sua cabeça... tenta conversar, sem
sucesso... Não faz sentido! Então abstrai... Já que não faz sentido,
finge que não te machuca e sorri. Você cobra um “quê” que já não
brilha... e esconde que dentro de você este “quê” também já não existe
mais.
E o gato subiu no telhado. Dali pra frente é ladeira abaixo! E você vê
cada lasca que cai do castelinho que você construiu com tanto
esmero... Sabe... no fundo sabe o desfecho, mas insiste em lutar... E
a luta sempre machuca demais os dois lados... mas é assim que você
aprendeu. É assim nas novelas: o amor vence tudo... só não vence o
fim. E o que é o amor senão algo que, já dizia o poeta, a gente
inventa? 
Sabe, dentro de você que já não sente mais... aquilo! Amor,
ou seja o que for...
E então a palavra sai. É decretado o fim. Lágrimas inexplicáveis e
incontroláveis.
Lágrimas completamente sem sentido... Sem sentido sim: porque se está
fazendo um bem para ambas as partes, então por que chorar? Sabe disso,
não sabe? Mesmo assim chora!
Você já sentia bem antes que não era isso, não sentia? Mas não teve
coragem de cortar as amarras... Talvez porque tenhamos sido criados
sob uma filosofia “continuista”... Fomos programados para consertar as
coisas e seguir em frente...
E os dias seguintes parecem um breu! Não se tem planos, não se vê
caminho, não se vê futuro... Até que num dado momento você percebe que
está sorrindo quase que de verdade... está mexendo um dedo a mais...
E o cotidiano se reconstrói de uma forma diferente. Sim, é tudo muito
estranho. É tudo muito cheio de lacunas, mas a coisa anda!
E daí você resolve que vai se dar uma chance, que vai se divertir, mas
não quer se envolver!
E num primeiro beijo em lábios estranhos você descobre a beleza do
beijar! “Uhúúú!!! Beijar é bom demais!!!”... Um tocar mágico de lábios
desconhecidos que te desperta um tremor que há muito não sentia! E se
sente o supra sumo do momento dando as costas sem trocar telefone ou
perguntar algo sobre a outra pessoa! Pensa “Deixei uma lembrança
encantadora!”.
Mergulha na superficialidade porque te dá segurança e repele qualquer
tipo de envolvimento com medo de se machucar!
Depois enjoa... E numa dessas idas e vindas de “abusar” dos outros, um
certo olhar te corta ao meio como um sabre de luz! E... ora, vejam, um
sorriso! "Um sorriso... mas que... estaria tentando me dizer algo?" E
você lamenta por não estar só naquele momento!
Até que no melhor estilo canalha, você faz com que seus contatos
cheguem àquele destino!
E chega no dia seguinte uma mensagem sem jeito e fora de contexto,
dizendo “nos vimos brevemente enquanto você ia embora... gostaria de
tomar um café qualquer hora dessas?”
E o café é marcado para o dia seguinte, o beijo é roubado em menos de
trinta minutos e de repente você sente... sente vontade de mergulhar
mais vezes naquele abraço... sente medo... sente vontade de sair
correndo... sente vontade de ficar o resto da noite... sente que
aquele silêncio está tão gostoso... E o silêncio é rompido pela frase
“Gosto de você” sussurrada ao pé do ouvido!
E você já não sabe o que sente!

2 comentários:

  1. Tenho muito medo disso....

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    Respostas
    1. Não deveria! Estamos sujeitos!
      Poderia ter sido diferente. Foi apenas um acaso! Um belo acaso, eu diria!
      Poderia ter sido diferente e ainda assim mudado a vida de alguém! No final, tudo é extremamente importante e também não é... Porque estamos todos à deriva! O barato desses caos todo é curtir o balanço do mar!

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